Doença de Lyme: o que é, causas e tratamento

A doença de Lyme é uma infecção bacteriana transmitida aos humanos pela picada de carrapatos infectados, principalmente pelo carrapato-de-patas-pretas ou carrapato-do-cervo. É causada pela bactéria Borrelia burgdorferi e, em menor grau, pela Borrelia mayonii. A doença de Lyme é mais comum em regiões temperadas do Hemisfério Norte, incluindo partes dos Estados Unidos, Europa e Ásia.

Sintomas da Doença de Lyme

A doença de Lyme, causada pela bactéria Borrelia burgdorferi, é transmitida aos humanos pela picada de carrapatos infectados do gênero Ixodes. Os sintomas variam de acordo com o estágio da infecção:

Fase Inicial

• Eritema Migratório: Erupção cutânea vermelha, geralmente em forma de alvo, que se expande a partir do local da picada.
• Sintomas Gripais: Febre, calafrios, fadiga, dores no corpo e dores de cabeça.

Fase Disseminada

• Dores Musculares e Articulares: Dor e inchaço nas grandes articulações.
• Problemas Neurológicos: Meningite, paralisia facial, dor nos nervos e fraqueza nos membros.
• Anormalidades Cardíacas: Alterações no ritmo cardíaco.
• Outros Sintomas: Dificuldade de concentração, alterações na visão e fadiga extrema.

Fase Tardia

• Artrite de Lyme: Inflamação contínua nas grandes articulações.
• Problemas Neurológicos Persistentes: Encefalomielite, problemas de memória, mudanças de humor e distúrbios do sono.

O diagnóstico precoce e o tratamento com antibióticos são cruciais. Precauções para evitar picadas de carrapatos são recomendadas, especialmente em áreas de risco.

Quais os fatores de risco para a doença de Lyme?

Os fatores de risco para a doença de Lyme estão principalmente relacionados à exposição aos carrapatos que transmitem a bactéria Borrelia burgdorferi, responsável pela doença. Estes são alguns dos principais fatores de risco:

Atividades ao Ar Livre: Pessoas que passam tempo em áreas arborizadas ou com grama alta, especialmente em regiões onde a doença de Lyme é comum, têm maior risco de serem picadas por carrapatos infectados. Atividades como caminhadas, acampamento, jardinagem e caça aumentam esse risco.

Região Geográfica: A doença de Lyme é mais prevalente em certas áreas geográficas, especialmente no nordeste, norte-central e noroeste do Pacífico dos Estados Unidos, bem como em partes da Europa e Ásia. Morar ou passar tempo nessas áreas aumenta a probabilidade de exposição a carrapatos infectados.

Estação do Ano: Os carrapatos estão mais ativos durante os meses mais quentes, geralmente de abril a setembro. Isso significa que o risco de ser picado e, potencialmente, de contrair a doença de Lyme é maior nesse período.

Não Tomar Precauções: Não usar roupas protetoras, não aplicar repelentes de insetos e não realizar verificações de carrapatos após passar tempo ao ar livre são comportamentos que aumentam o risco de picadas de carrapatos e, consequentemente, de contrair a doença de Lyme.

Animais de Estimação: Animais de estimação que passam tempo ao ar livre podem trazer carrapatos para dentro de casa. Cuidar adequadamente dos pets e verificar a presença de carrapatos neles ajuda a reduzir o risco de exposição.

Adotar medidas preventivas, como usar roupas que cubram a maior parte do corpo, aplicar repelentes de carrapatos na pele e nas roupas, e realizar checagens frequentes após atividades ao ar livre, são essenciais para diminuir o risco de picadas de carrapatos e de desenvolver a doença de Lyme. Além disso, manter o jardim e áreas ao redor da casa livres de folhagem alta e mato pode ajudar a reduzir a presença de carrapatos nessas áreas.

Diagnóstico da Doença de Lyme

O diagnóstico da doença de Lyme é realizado através da avaliação clínica e confirmado por testes laboratoriais. Veja como o diagnóstico é feito:

Avaliação Clínica

• Histórico Médico: Análise de qualquer exposição conhecida a carrapatos e o aparecimento de sintomas como o eritema migratório.
• Exame Físico: Busca por sinais visíveis da doença, como erupção cutânea e outras manifestações físicas.

Testes Laboratoriais

• Testes Sorológicos: Utilizados para detectar anticorpos contra a bactéria Borrelia burgdorferi, com o ELISA seguido pelo Western Blot para confirmação.
• Teste de PCR: Pode detectar o DNA da bactéria em tecidos ou fluidos corporais, útil em casos de suspeita de complicações neurológicas.

Considerações importantes incluem o diagnóstico diferencial para descartar outras condições e a fase da doença, visto que os testes podem não detectar a infecção imediatamente após a picada do carrapato.

O diagnóstico precoce e preciso é essencial para iniciar um tratamento eficaz e evitar complicações a longo prazo. Procure avaliação médica se houver suspeita de exposição a carrapatos e sintomas compatíveis com a doença de Lyme.

Doença de Lyme tem cura? Como é feito o tratamento?

A doença de Lyme, quando diagnosticada precocemente, geralmente pode ser tratada com sucesso. O tratamento eficaz é crucial para prevenir complicações a longo prazo. Aqui estão os detalhes sobre como é feito o tratamento:

Tratamento da Doença de Lyme

O tratamento da doença de Lyme depende do estágio em que a doença é diagnosticada e pode incluir:

• Antibióticos: No estágio inicial, a doença de Lyme é geralmente tratada com antibióticos orais por um período de 14 a 21 dias. Os antibióticos comumente prescritos incluem a doxiciclina para adultos e crianças maiores de 8 anos, amoxicilina ou cefuroxima axetil para crianças mais novas e mulheres grávidas ou lactantes.
• Tratamento para Estágios Posteriores: Se a doença progrediu para estágios mais avançados ou causou complicações sérias, pode ser necessário um tratamento com antibióticos intravenosos para combater eficazmente a infecção.
• Tratamento de Sintomas Específicos: Em alguns casos, podem ser necessárias medidas adicionais para tratar sintomas específicos ou complicações, como a artrite de Lyme ou problemas neurológicos.

É importante começar o tratamento o mais cedo possível para evitar a progressão da doença. Embora a maioria dos casos de doença de Lyme possa ser curada com antibióticos, algumas pessoas podem experimentar sintomas persistentes mesmo após o tratamento, uma condição conhecida como síndrome pós-tratamento da doença de Lyme (SPTDL).

A prevenção, através de medidas como evitar áreas infestadas de carrapatos e usar roupas protetoras, continua sendo a melhor estratégia contra a doença de Lyme.

Como Prevenir a Doença de Lyme

A prevenção da doença de Lyme concentra-se em evitar picadas de carrapatos, vetores da bactéria Borrelia burgdorferi. Confira medidas eficazes para prevenção:

Evite Áreas Infestadas por Carrapatos

• Mantenha-se longe de áreas arborizadas, matas fechadas e gramados altos, especialmente em regiões conhecidas por terem carrapatos.

Use Roupas Protetoras

• Vista calças compridas, camisas de manga longa e sapatos fechados em áreas de risco.
• Opte por roupas de cores claras para facilitar a visualização de carrapatos.

Aplique Repelentes de Insetos

• Use repelentes contendo DEET, picaridina, IR3535 ou óleo de eucalipto-limão na pele exposta.
• Trate roupas com produtos à base de permetrina.

Mantenha o Quintal Livre de Carrapatos

• Mantenha a grama cortada e remova folhas caídas e mato alto das bordas da propriedade.

Faça Verificações de Carrapatos

• Examine seu corpo, roupas e animais de estimação em busca de carrapatos após atividades ao ar livre.

Remoção Segura de Carrapatos

• Remova carrapatos aderidos à pele o mais rápido possível, utilizando pinças de ponta fina.

Eduque-se e aos Outros

• Informe-se sobre a doença de Lyme, seus sintomas e como evitá-la.

Adotando estas medidas preventivas, é possível reduzir o risco de contrair a doença de Lyme. A conscientização é uma ferramenta poderosa na prevenção desta doença transmitida por carrapatos.

Como tirar o carrapato da pele?

Para remover um carrapato da pele de forma segura e eficaz, siga estes passos:

Materiais Necessários

• Pinças de ponta fina
• Álcool ou outro desinfetante
• Algodão ou gaze

Passos para a Remoção

1. Use as Pinças: Pegue o carrapato o mais próximo possível da superfície da pele com as pinças de ponta fina.
2. Puxe para Cima com Firmeza: Puxe o carrapato para fora da pele com um movimento constante e direto.
3. Limpe a Área da Picada: Após remover o carrapato, limpe a área da picada e suas mãos com álcool ou outro desinfetante.
4. Descarte o Carrapato: Coloque o carrapato em álcool ou em um saco plástico selado antes de descartá-lo.
5. Observe a Área da Picada: Nos dias seguintes, observe a área da picada em busca de sinais de infecção ou erupção cutânea.

O que Evitar

Não use métodos caseiros como vaselina, fósforos acesos ou álcool diretamente na pele para tentar fazer o carrapato soltar-se.

Após a Remoção

Se desenvolver uma erupção cutânea, febre ou outros sintomas de infecção nos dias ou semanas seguintes, procure atendimento médico imediatamente e informe sobre a picada do carrapato.

A remoção correta e tempestiva de carrapatos é crucial para prevenir infecções, incluindo a doença de Lyme. Sempre verifique se há carrapatos na pele após passar tempo em áreas ao ar livre.