PEP: O Que Você Precisa Saber Sobre o Tratamento Pós-Exposição ao HIV
A sexualidade é uma parte natural da vida adulta. Ter relações saudáveis vai além do prazer físico momentâneo ou do planejamento de filhos, trazendo inúmeros benefícios para a qualidade de vida.
Reflexos positivos na saúde cardiovascular e emocional, fortalecimento do sistema imunológico e construção de vínculos afetivos são alguns desses ganhos.
Mas, na conexão com outras pessoas, é preciso estar atento à prevenção de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). E, se necessário, recorrer a tratamentos após exposição ao risco – como a PEP.
O Que é PEP?
A sigla PEP vem do inglês post-exposure prophylaxis (profilaxia pós-exposição). Apesar de ainda pouco conhecida, foi criada como uma estratégia de prevenção ao HIV. Seu objetivo é impedir que o vírus da imunodeficiência humana se instale no organismo após uma exposição sexual ocasional de risco.
Se um dos parceiros já tem diagnóstico positivo para HIV, é importante que todos os envolvidos tenham ciência disso. Caso ocorra uma relação desprotegida ou falha no preservativo, a PEP pode ser a solução.
A responsabilidade é essencial para uma sexualidade segura e saudável. Além dos diversos métodos contraceptivos, é necessário honestidade e transparência ao lidar com ISTs.
Quando e Como Recorrer à PEP?
A profilaxia pós-exposição (PEP) é uma medida emergencial indicada para pessoas que possam ter tido contato com o vírus HIV em situações como:
✔ Violência sexual;
✔ Sexo desprotegido de risco (sem camisinha ou com preservativo rompido);
✔ Acidente ocupacional com materiais perfurocortantes (especialmente profissionais de saúde).
⏳ O tempo é um fator crucial. A PEP deve ser iniciada nas primeiras 2 horas da exposição ao risco e, no máximo, dentro de 72 horas (3 dias). Quanto antes, melhor!
A ação da PEP impede que o vírus se instale no organismo. O medicamento reduz a replicação do HIV e permite que o sistema imunológico elimine o vírus antes que ele cause a infecção.
🔹 Como é feito o tratamento?
✔ Uso diário da medicação antirretroviral por 28 dias seguidos.
✔ Efeitos colaterais são geralmente leves (náusea e dor de cabeça).
✔ Quanto mais cedo iniciar o tratamento, maior a eficácia.
A PEP é uma "pílula do mês seguinte" contra o HIV, sendo uma estratégia de prevenção de emergência.
Qual a Diferença Entre PEP e PrEP?
Além da PEP, existe a PrEP (pre-exposure prophylaxis – profilaxia pré-exposição).
📌 Diferenças entre PEP e PrEP:
✔ PEP: usada após uma exposição de risco ao HIV.
✔ PrEP: tomada antes da exposição ao HIV, como prevenção contínua.
A PrEP pode ser diária, sob demanda ou injetável e age de forma similar à PEP: impedindo a multiplicação do vírus caso haja contato com o HIV.
📌 Observação:
Pessoas com problemas nos rins ou nos ossos devem ter mais cautela ao usar a PEP, mas efeitos adversos graves são raros e podem ser monitorados. Ambas as estratégias devem ser acompanhadas por um médico.
Desmistificando o HIV: Mitos e Verdades
Nos anos 1980 e 1990, o HIV causou grande preocupação e medo. Campanhas de conscientização ajudaram a reduzir novos casos, mas, com a negligência no uso de preservativos, a epidemia voltou a crescer, especialmente entre os jovens.
Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), o HIV continua sendo um grave problema de saúde pública. É essencial combater o preconceito e a desinformação.
📌 Mitos e Verdades sobre o HIV:
✔ A Aids é o estágio avançado da infecção pelo HIV. Ainda sem cura, mas controlável com medicamentos.
✔ Quem tem carga viral indetectável não transmite o vírus por via sexual.
✔ O exame de sangue é o único diagnóstico. Mas pode apresentar falso negativo devido à janela imunológica. Recomenda-se repetir o teste após 15 dias se houver suspeita de contágio.
✔ O HIV não é transmitido pelo beijo, exceto se houver feridas abertas na boca.
✔ Sexo oral também pode transmitir HIV, assim como qualquer contato com sêmen, secreção vaginal ou mucosas.
✔ Quem tem HIV não precisa separar objetos pessoais, pois o vírus só é transmitido por sêmen, secreção vaginal, sangue e leite materno.
✔ Objetos cortantes podem transmitir HIV. Alicates, tesouras, seringas e agulhas devem ser higienizados corretamente.
✔ Casais soropositivos ainda devem usar preservativo, pois podem ter diferentes subtipos do vírus.
✔ Nem todos os bebês de mães HIV-positivas nascem com o vírus.
Sexo Seguro Ainda é a Melhor Solução
O uso de camisinha continua sendo a forma mais eficaz e acessível de prevenção contra o HIV e outras ISTs, como sífilis e gonorreia.
📌 Por que usar camisinha?
✔ Método barato e amplamente disponível.
✔ Reduz drasticamente o risco de infecção por HIV.
✔ Protege contra outras ISTs que têm cura, mas podem causar complicações.
📌 Além da camisinha, a PEP e a PrEP são estratégias importantes.
✔ Para prevenir o HIV em caso de exposição acidental.
✔ Informação salva vidas: a melhor prevenção é aquela que será realmente utilizada.
🔹 Este artigo não substitui uma consulta médica. Converse com seu médico e parceiro para garantir uma vida sexual saudável e segura.
Referências Bibliográficas
🔹 Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) - PrEP e PEP
🔹 Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) - HIV/Aids
🔹 UNAMA - 10 Mitos e Verdades sobre HIV e Aids
🔹 Drauzio Varella - Tratamento de Prevenção e Pós-Exposição ao HIV